sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

"Verdes são os Campos"

Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.

Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.

Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.

              Luís de Camões


Análise:

Neste poema, o sujeito poético pretende comparar os olhos da sua amada com a Natureza, mas os olhos referem-se à amada no seu todo.
O "eu lírico" cita a beleza do campo e menciona que as ovelhas mantêm-se deste, enquanto ele se mantem das lembranças do seu coração. Sente saudade, tristeza e nostalgia.
Por último, o sujeito poético refere que o gado pasta com alegria nos campos, no entanto explica que o que eles estão a comer são as graças do seu coração, ou seja, corresponde à beleza dos olhos da sua amada.

3 comentários:

  1. Tenho de comentar este vosso post, porque gosto muito deste poema e além disso, foi um poema que já utilizei bastante nas aulas de ITI e TIC.

    ResponderEliminar
  2. Luís de Camões é, sem dúvida, um génio poético intemporal. Com uma capacidade incrível de se expressar por meio do não óbvio, Camões acaba por se reflectir a si mesmo e aos seus pensamentos nas suas palavras ricas de linguagem e de força. "Verdes são os Campos" é uma excelente amostra do seu talento e da marca que deixou não só no país, como no mundo. O português tem poder e tem saber.

    ResponderEliminar
  3. Parabéns está fantástico

    ResponderEliminar